João EliasEste é o desenho de um possível Náutico com a regularização dos reforços estrangeiros e do goleiro Ricardo Berna, este que com certeza, passará mais segurança no gol, por sua experiência e suas várias qualidades técnicas. Como o 4-3-1-2 com losango não funciona de maneira nenhuma, devido à inércia técnico-tática da meia-cancha e o posicionamento errado dos volantes, uma excelente opção seria o moderno 4-2-3-1, sem Rodrigo Souto e Martinez. Magrão de primeiro-volante e Derley com mais liberdade para ocupar a segunda metade da cancha, participar das transições ofensivas e mudar a formação para um 4-1-4-1(no caso, Magrão aprofunda a movimentação e cobre os espaços centrais na frente da defesa, enquanto que Derley aparece como homem-surpresa, cria jogadas e faz tabelinhas com seus companheiros). Maranhão e Eltinho são laterais bons no apoio, só que precisam ser mais acionados e ter mais flexibilidade e coordenação nas recomposições, que são muito lentas. A linha de três, localizada na segunda zona que subdivide o meio-campo, seria formada por Rogério na direita, Peña no centro e Diego Morales na esquerda. Essa adaptação de Morales na meia-esquerda é muito fácil, pois no 3-4-1-2 do Tigre-ARG, ele funcionava como ponta-de-lança, partindo como articulador e se movimentando pelos lados do campo para municiar os laterais. No esquema alvi-rubro, Morales teria mais liberdade para centralizar e penetrar no corredor central. O venezuelano Angelo Peña é um meia que circula por todo o ataque. Na seleção venezuelana e no Caracas, ele tinha a característica de migrar das zonas centrais para as extremidades, aproximando-se dos wingers e fazendo triangulações laterais. No geral, é um meia driblador, habilidoso, que tem velocidade nas arrancadas e tem técnica para entrar no miolo de zaga adversário e finalizar. Assim como Diego Morales, Rogério sempre gosta de diagonalizar, facilitando assim, a abertura de um corredor para as ultrapassagens dos laterais, mas há a necessidade de preenchimento desses espaços. Rogério também flutua no meio e pode verticalizar mais a sua movimentação, indo até a linha de fundo, para dar mais profundidade. Juan Manuel Olivera é um centro-avante com estilo bem sul-americano. Jogador técnico, ótimo cabeceador, tem bom posicionamento por entre os zagueiros adversários e é eficiente nas conclusões, principalmente em cruzamentos originários do fundo do campo, onde o ângulo de visão para cabecear é maior. Com longos lançamentos, ele também se dá bem, pois faz o pivô central-vertical com excelência, o que liberaria as surpreendentes aparições de Derley. Ele faz esse pivô com muita precisão, seja pelo chão ou pelo alto. Olivera foi o artilheiro da última edição do Campeonato Uruguaio. Fora da área, consegue desenvolver jogadas sem grandes problemas, pois finaliza bem de vastas distâncias, sabe se infiltrar pelos extremos, é um jogador participativo e com altíssima letargia.

08.07.2013